quarta-feira, 4 de março de 2009

Educação Ambiental: cuidado com o Consumismo!

Propaganda: finalidade e ideologia

(Gismeire Hamann Andrade)


Houve época em que a publicidade se preocupava com a informação, isso ocorreu até mais ou menos o início do século XX. Nesses tempos sua função era a de levar ao conhecimento dos consumidores os produtos que eram oferecidos pela indústria, para que por sua vez, eles os comprassem. Porém a partir so século XX a publicidade e a propaganda passaram a relacionar as mercadorias de consumo anunciadas à valores, condutas, papés sociais e estilos de vida fazendo uso de imagens, muitas vezes apelativas que "manipulam habilmente os desejos e carências das pessoas através de filmes, programas de tv, rádio e outras estratégias" (KAIZER, 2006, p.75).
Atualmente existe um dito popular de que "a propaganda é a alma do negócio", pois é a finalidade da propaganda é a venda e para que consiga atingir o consumidor ela precisa criar nele um estado de necessidade. Por isso a propaganda usa uma linguagem que procura convencer o consumidor, na direção de comprar o produto, seja ele, um objeto, uma imagem, um serviço, um idéia, etc.
É a publicidade a principal sustentação da sociedade de consumo, ou seja, do modo de produção capitalista. Sendo assim ela ensina uma visão de mundo ditando os comportamentos e valores, as modas, os padrões de beleza e de qualidade de vida, entre outros.
Vemos então que é o mercado quem determina o que é "aceitavel ou não", "bom ou ruim" e dessa forma os padrões de beleza, de qualidade de vida, de saúde, de moda, de relacões interpessoais, por exemplo, vão sendo construídos socialmente influenciados pela lógica capitalista.
Hoje as pessoas são moldadas de tal forma que perdem a sua identidade, sua capacidade crítica e de escolha, passam a ser "coisificadas", viram também mercadorias, como genialmente reflete Carlos Drumond de Andrade em sua poesia: Eu etiqueta.
A ideologia difundida nas propagandas direta ou indiretamente é a de que precisamos ser consumidores e desta forma você passa a valer pelo que tem, ou melhor, pelo dinheiro que pode gastar!
Como cita Kaizer (2006, p.75) o consumidor ideal para os profissionais de marketing e é aquele com muita grana, que só consome e não critica nem exige coisa alguma, impulsivo e egoista [...] "quanto mais idiota ele for melhor" pois assim fica mais de ser influenciado e induzido por campanhas publicitárias".
Faz-se mais que necessário na atualidade, vistas aos sérios problemas ambientais que o planeta vem passando, nos conscientizarmos da importância de consumir de forma racional, isso não quer dizer voltarmos à "idade da pedra", como pregam alguns ecologiastas radicais. Afinal o homem tem o direito e deve poder usufruir da tecnologia disponível uma vez que ela existe para tornar a nossa vida mais fácil, para que tenhamos mais tempo livre, entre outras coisas...
Ser um consumidor racional significa segundo Kaizer (2006, p.75-6) "pensar no bem da coletividade", comprar o que precisa e evitar o que é supérfluo, pensar na durabiblidade do produto e no seu custo-benefício, questionar a qualidade e o proceso de produção destas mercadorias. Um consumidor racional e consciente, é crítico, atento e não se deixa levar por campanhas publicitárias e enganosas, bonitas e manipulativas, pelo contrário, ele as repudia.

REFERÊNCIAS
ANDRADE, G. H. Educação Ambiental no ensino de Ciências: uma abordagem a partir do Materialismo Histórico e Dialético. Proposta de atividade. CD-ROM. Programa de desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná - PDE. Candói-PR, 2008.
GARCIA, Nelson Jahr. O que é propaganda ideológica. 9.ed. São Paulo: Brasiliense, 1990.
_______ Propaganda: ideologia e dominação. Versão para eBookeBooksBrasil.com. Fonte Digital Rocket Edition de 1999, 199-2005. Disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/manipulacao.html
KAIZER, A. Reconciliação com a floresta. Porto Alegre: PUCRIS, 2006. 131 p.

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