domingo, 4 de dezembro de 2011

Você já ouviu falar em grama marinha? Não! Pois elas existem e fazem parte das fanerógamas aquáticas.

As gramas marinhas são  plantas fanerógamas, traqueófitas, de caule tipo rizoma enterrado no substrato móvel dos estuários. Fanerógamas marinhas (gramas marinhas) são plantas com flores adaptadas ao ambiente marinho costeiro da maioria dos continentes do mundo. As gramas marinhas formam extensos bancos e proveem valiosos recursos em águas costeiras rasas em todo o mundo, servindo de alimento e berçário para espécies importantes de pescados comerciais e recreacionais
Elas não podem viver fora do habitat marinho, portanto não devem ser confundidas com gramas verdadeiras halófitas ( que toletram ambientes com alta concentração de sais). 
tais vegetais formam um importante e diverso habitat na zona costeira. Elas compreendem somente 58 espécies incluídas em 12 gêneros atualmente conhecidos (Waycott et al. 1996). 
Servindo como indicador da saúde ambiental (Short et al. 2006). 
Seu sistema de raízes e rizomas une e estabiliza o sedimento do fundo e suas folhas desviam a corrente marinha (Ward et al. 1984, Fonseca & Fisher 1986), melhorando a qualidade da água através da deposição de matéria em suspensão. 
Estas plantas podem regular o oxigênio dissolvido na coluna d’água, modificar o ambiente físico-químico, além de reduzir a clorofila e os nutrientes na coluna d’água (Short & Neckles 1999). 
Seus bancos extensos provêem valiosos recursos em águas costeiras rasas em todo o mundo, servindo de alimento e berçário para espécies de pescados importantes para comércio e recreação (Short & Neckles 1999). M
udanças no nível do mar, na salinidade, na temperatura, nos níveis de CO2 atmosférico e de radiação UV, podem alterar a distribuição, a produtividade e a composição da comunidade de gramas marinhas. 
Por sua vez, alterações potenciais na distribuição e na estrutura da comunidade de gramas marinhas podem influenciar diretamente a biota local e regional, a geomorfologia costeira e os ciclos biogeoquímicos (Short & Neckles 1999). 
Em muitas partes do mundo as gramas marinhas não são bem conhecidas, embora forneçam funções e serviços ecossistêmicos cruciais aos oceanos e às populações humanas costeiras (Short et al. 2006).

As espécies de gramas marinhas brasileiras pertencem a apenas três gêneros: Halodule (Família: Cymodoceaceae) que ocorre em toda costa brasielira, Halophila (Hydrocharitaceae) e Ruppia (Ruppiaceae), tipicamente encontrada no Rio Grande  do Sul, na Lagoa dos Patos. Elas têm forte afinidade com a flora do Caribe (Short et al. 2001), embora ainda haja controvérsias acerca de quantas espécies de fato ocorrem no Brasil (Oliveira Filho et al. 1983, Phillips 1992, Creed 2003).

Os leitos de grama marinha são viveiros delicados normalmente localizados em águas protegidas denominadas estuários onde a agua doce e a água do mar se encontram. A maioria dos peixes do mundo tem a sua origem nos estuários e no habitat de grama marinha relacionado. As gramas marinhas são muito delicadas e a sua destruição pode levar à degradação de todo ciclo marinho.

 Sea grass - gênero Halodue

 

Phyllospadix sp.



 Fontes:

MARQUES, L. V. & CREED, J. C. Biologia e ecologia das fanerógamas marinhas do Brasil. Oecol. Bras., 12 (2): 315-331, 2008. Artigo disponível  para download em: www.oecologiaaustralis.org/ojs/index.php/oa/article/download/107/

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